Se perguntarmos a qualquer pessoa como ela investe na carreira dela, a resposta clássica será: “estudando / aprendendo”.
Sem dúvida, o aprendizado é um ativo só seu. É como dizem, o conhecimento é a única coisa que não podem tirar de você.
Bom, eu também sempre achei que a única forma de investirmos na nossa carreira seria com os estudos - pagos ou não (sou fã de plataformas como o Coursera), aprender sobre o que o mercado está falando, conhecer coisas novas, aprender como fazer fórmulas de excel... Isso só ajuda a nos valorizar como profissionais.
Até que um dia fiquei desempregada e, ao tomar a decisão de não voltar para São Paulo e permanecer morando em Itajaí/SC é que instintivamente comecei a investir de outras formas – e hoje descobri que o investimento é mais do que instinto. Ele pode e deve ser levado a sério e precisamos investir em 3 diferentes ativos.
Knowing-Why (Sabendo o Porque)
Você sabe por que faz o que faz? Alguns chamam de propósito, mas antes mesmo de chegar nessa conclusão, faz parte do processo nos questionarmos e [re]questionarmos ao longo da vida. Lembro lá do comecinho da minha carreira, quando trabalhei por 2 anos como PMO (fazendo gestão de projetos). Cheguei a um momento em que sentia falta de trabalhar por pessoas, e não por números.
Quase 10 anos mais tarde, me questionei novamente o “por que” de ter escolhido o caminho de Gestão de Pessoas. Coloquei o mundo em pausa, saí para um sabático e no meio da jornada minha, professora de Business English (que já tinha sido Head de Treinamento em uma grande rede de hotéis), me questiona: “Renata, você é muito RH, não sei por que tem dúvidas disso”.
Sim, meu propósito é trabalhar por pessoas. Descobri também nessa jornada que meu propósito é viver fazendo conexões.
Em 2018, ao pensar em alternativas para não precisar voltar para São Paulo, a escolha por assessorar profissionais e empresas a se adaptarem a novos contextos de trabalho foi uma decisão quase que “no brainer”, e me conduziu com muito mais facilidade à busca de formações, como coaching (pela caixa de ferramentas) e pelo mestrado (pelo aprofundamento teórico) para estudar o Futuro do Trabalho – e construir o próximo ativo, o Know-How.
Knowing-How (Sabendo Como)
Esse aqui é o ativo mais conhecido. O conhecimento, aquele que ninguém tira da gente. O mais interessante é perceber que não existe aprendizado que desaprendemos.
Ok, temos falado em desaprender e re-aprender, mas vejo o desaprender mais no sentido do desapego a uma ideia ou linha de raciocínio.
É super interessante ver como construí minha trajetória. Desde o meio da faculdade de Psicologia concluí que poderia ter estudado Administração de Empresas e possivelmente trilharia o mesmo caminho dentro da área de RH em Multinacionais. Racional e planilheira, existem colegas que nem sabiam dessa minha formação. Pois é, negando por muito tempo meu lado psicóloga, desde 2019 vi nessa formação, adormecida há 15 anos, o principal instrumento para entregar meu propósito para as pessoas e é na assessoria em transição de carreira (com uma retomada aos estudos em Orientação Profissional / Vocacional) que tenho me realizado no dia a dia.
Aos passageiros de primeira viagem, os jovens que estão saindo da escola e optando por um curso universitário, calma. Essa decisão é importante sim, mas ela não te limita. E lá na frente, olhando pelo retrovisor você verá que nada, absolutamente nada do know-how que desenvolveu será desperdiçado.
Knowing-Whom (Sabendo Quem)
Esse é o meu queridinho dos ativos, o networking – a rede que conecta. Nos conectamos a outras pessoas e profissionais para agregar valor, para ambas as partes. Quantas dicas e ajudas não recebi? E quanto já não dei? Desde aquela planilha de árvore de mentoring para a colega ao lado, até ligar para um especialista em finanças com dúvida em uma fórmula besta em excel. Sempre prontamente ajudada e ajudando. Ah, que maravilha é a construção de uma rede que se completa e se conecta.
Quando descobri sobre esse ativo, percebi o quanto que minhas movimentações de carreira desde 2014 tiveram um grande empurrão do networking, na apresentação do meu perfil ou currículo por alguém que já me conhecia ou trabalhou comigo em algum momento.
Sempre falei para minha equipe: Às vezes nosso ciclo nas empresas se encerra e paciência, bola pra frente. Mas, faça o seu melhor, até o último segundo. Essa é a marca que você vai deixar para as pessoas.
Agora, como fazer quando você “cai de para quedas” no meio de uma cidade em que as únicas pessoas que você conhece trabalham na mesma empresa há séculos e aquele lugar não é mais uma alternativa?
Hoje em dia, claro, o LinkedIn é uma das mais poderosas ferramentas de networking – mas por favor, use da forma correta!
Além do LinkedIn e dos clássicos contatos com ex-colegas, se minha opção era continuar aqui na região, o primeiro passo deveria ser me conectar com pessoas daqui. Coworkings costumam ser lugares bem interessantes para nos conectarmos e conhecer gente nova e trocar idéias, mas também existem entidades de classe e unidades associativas. No meu caso, acabei procurando pela Associação Brasileira de RH (ABRH) e, por sorte, tem uma bem aqui na minha cidade, a ABRH-Itajaí. De tão bem recebida, participo ativamente dela até hoje, quase um ano e meio depois de me associar, e não tenho nem como medir o tanto de coisas que ao participar dessa rede ganhei.
E agora?
Agora te convido a pensar na sua história. Já pensou como o know-why, know-how e know-whom te trouxeram até aqui?
E ainda pergunto: o que você vai fazer a partir de agora para investir na sua carreira?
Saber o porquê, saber o como e saber quem podem te ajudar são fundamentais e eu consigo te ajudar a perceber e desenvolver essas competências. Que tal começar a investir ainda hoje na sua carreira?
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