TÁ, MAS O QUE É FELICIDADE NO TRABALHO?
- Renata Almeida

- 26 de set.
- 5 min de leitura
Estou aqui estudando para participar de um Podcast super bacana a convite da Haze Shift, o Haziliente.
O tema: felicidade no trabalho. Confesso, especialiiiiiiiiista no tema não sou, mas tá aí uma oportunidade de aplicar o que me despertou interesse pelo Mestrado: aprender a ler estudos e teorias e traduzir de forma prática pra que a gente entenda, aprenda e aplique no nosso dia a dia. Bora lá então?
Vamos começar pelo começo?
A principal pergunta é: a final, o que é felicidade no trabalho?
Primeiro e mais importante é de que sim, o trabalho é uma parte super importante na nossa vida, mas não é a única… e manter o equilíbrio desses nossos outros papeis é fundamental. Quando colocamos toda a nossa energia em apenas um, a chance de que qualquer frustração impacte nossa vida (fisica e emocional).
Primeiro e mais importante: sim, o trabalho é uma parte super importante da nossa vida — ocupa tempo, dá sentido (e dindin $) e pode ser espaço de realização. Mas ele não é a única dimensão que sustenta a nossa felicidade. A gente também é filha(o), amigo(a), parceiro(a), cuidador(a), estudante, voluntário(a)… São vários papéis que, juntos, formam quem somos. E manter o equilíbrio entre eles é fundamental.
Quando colocamos toda a nossa energia em apenas um papel — o profissional — qualquer frustração nesse campo pode abalar toda a vida: física, emocional e até relacional. É por isso que pensar em felicidade no trabalho não significa isolar o trabalho do resto da vida, mas entender como ele se conecta ao todo.
Já para as empresas, ter um time mais satisfeito, leva a um maior engajamento, criatividade e sustentabilidade. - por exemplo, os times tendem a ser 4,6x mais produtivos quando se sentem ouvidos (um dos fatores da felicidade no trabalho)
Felicidade como traço de personalidade
Bom, costumo dizer q o universo sempre traz os seus sinais, e o sinal que eu precisava foi essa primeira matéria do “The News” (no caso, de ontem), e q trazia uma matéria sobre um estudo cientifico (adoooooro), que relaciona felicidade a traços de personalidade. Ou seja:
São 5 grandes fatores e personalidade, também chamados de “Big Five”. Veja se tem algum que faz mais sentido pra você - lembrando que não tem certo nem errado, ok?
Abertura à experiência - ou seja, imaginação, criatividade, curiosidade e interesse pelo novo (quando baixo, prefere rotinas e praticidade)
Conscienciosidade (difícil essa palavra, né?) - que seria algo como organização, disciplina orientação para metas e confiabilidade (quando baixo, tende a ser mais espentaneo, flexível, e menos estruturado)
Extroversão - quer dizer, assertividade, energia, sociabilidade (quando baixo, são pessoas mais reservadas e com menor estímulo social)
Afabilidade - tendem à cooperação, empatia, busca por harmonia (quando baixo, são mais competitivos, focam nos próprios interesses e são mais duros ao serem assertivos)
Neuroticismo - quem tem tendência a ter insegurança, irritabilidade, ansiedade ou outras emoções negativas (quando baixo, tem alta estabilidade emocional como calma, resiliência, e estão menos vulneráveis ao stress)
Bom, o que a ciência descobriu é que os traços de Conscienciosidade e Extroversão (2 e 3, respectivamente) tendem a reportar mais satisfação e engajamento…
Tá, mas dá pra mudar?
A ciência mostra que sim: personalidade não é sentença. Embora ela seja relativamente estável, pesquisas provam que é possível mudar intencionalmente e cultivar hábitos que favoreçam mais bem-estar.
Aqui vão algumas ideias práticas:
Escolha um traço que você gostaria de desenvolver – exemplo: ser mais organizado ou mais sociável.
Pratique pequenos comportamentos alinhados – se a meta é organização, comece arrumando sua agenda da semana; se é sociabilidade, combine um café rápido com alguém do time.
Use intervenções de psicologia positiva – escrever 3 coisas pelas quais você é grato, praticar gentileza ou reservar 5 min de mindfulness por dia aumentam felicidade, mesmo em perfis ansiosos.
Apoie-se no ambiente – autonomia, reconhecimento e segurança emocional (como vimos no COPSOQ) potencializam essas mudanças.
Tenha paciência – mudanças são graduais, mas acontecem. O importante é consistência
Por falar em engajamento…
Não tem como falar em engajamento e não lembrar do “Flow” do Mihaly Csikszentmihalyi (1990).
Primeiro que ele traz que a felicidade depende de como controlamos nossa consciência, e que as pessoas tendem a estar mais satisfeitas quando entram em flow… Pra testar se vc já viu a experiência do flow… sabe quando você mergulha tanto em uma atividade que parece que horas se passaram em um piscar dos olhos? Tipo, o tempo passa e vc nem percebe? Isso, meus amigos, é o flow…
Por curiosidade, quem ja trabalhou comigo sabe, no meu ápice de flow, começo a cantar e dançar - nessas horas esquece, estou em outra dimensão curtindo o trabalho q estou fazendo!
Agora, a fórmula mágica do Mihaly é associar desafio e habilidade / apoio

fonte: vida simples
E o ambiente nisso tudo?
Se até aqui a gente falou sobre a importância do trabalho na nossa vida, falamos de personalidade e quem somos e de como a gente mergulha no que faz (o flow), tem um outro pedaço q não podemos ignorar: o ambiente de trabalho.
Das coisas que descobri no mestrado (e já estou aplicando no chapéu de consultora), é uma ferramenta que avalia os ambientes psicossociais, o COPSOQ (Copenhagen Psychosocial Questionnaire), e ele mede os fatores de ambiente que influenciam diretamente nosso bem-estar, e beeeeem em linhas gerais, considera o seguinte:
Demandas - ou seja, volume e qualidade do trabalho, incluindo priorização de tarefas e relevância das entregas);
Autonomia - que é o quanto temos liberdade para decidir como fazer (e isso conversa diretamente com o flow, né?) - a gente precisa ter autonomia, mas também precisamos ter capacidade (ferramentas) e apoio (da liderança ou colegas) para fazer;
Apoio social e reconhecimento - aqui são as relações sociais no trabalho mesmo e o senso de comunidade, o que inclui clareza nos papeis
Segurança emocional - que é a sensação de q podemos ser nós mesmos, ou seja, com espaço para se posicionar, pedir ajuda e, se errar, não levar pito no meio da galera
Ou seja: não adianta pedir pra gente “ser feliz no trabalho” se as condições não permitem. Felicidade é também estrutural.
Felicidade não é uma linha de chegada…
No fim do dia, a gente pode considerar que felicidade é mais um processo, com altos e baixos, e que não precisa ser uma sensação constante, mas uma relação que mistura quem somos, como nos engajamos e o ambiente em que estamos.
E aqui na [re]think.people, trabalhamos com indivíduos em busca de equilíbrio, propósito e saúde emocional e também apoiamos empresas que querem repensar sua forma de organizar o trabalho para criar ambientes mais humanos, inovadores e sustentáveis.
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Conheça a autora
Renata Almeida é Psicologa, mestranda em administração patrocinada pela CAPES e fundadora da [re]think.people, consultoria especializada em conectar pessoas e empresas ao futuro do trabalho.
Referências
Mõttus, R., Realo, A., Allik, J., Ausmees, L., Henry, S., McCrae, R. R., & Vainik, U. (2024). Most people’s life satisfaction matches their personality traits: True correlations in multi-trait, multi-rater, multi-sample data. Journal of Personality and Social Psychology, 126(4), 676–693. https://doi.org/10.1037/pspp0000521
Puga, A. P. (2023, setembro 29). Mihaly Csikszentmihalyi e a teoria do flow: foco total no fluxo. Vida Simples. https://vidasimples.co/colunista/mihaly-csikszentmihalyi-o-que-e-flow/
Tupes, E. C., & Christal, R. E. (1992). Recurrent personality factors based on trait ratings. Journal of Personality, 60(2), 225–251. https://doi.org/10.1111/j.1467-6494.1992.tb00973.x
** o uso de inteligencia artificial foi realizado na construção deste conteúdo*





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